sexta-feira, 3 de agosto de 2012

6º ano - Aula 1


 3º BIMESTRE

OS POVOS BÁRBAROS E O CRISTIANISMO
O Cristianismo se expandiu lentamente por várias regiões da Europa, transformando a sociedade, a política e a cultura da região.

A Igreja enquanto Estado detinha o monopólio do saber

CRISE DO IMPÉRIO ROMANO
Durante o século V, a crise do Império Romano do Ocidente e as invasões bárbaras aceleraram a fuga da população das cidade para o campo. Lentamente, as cidade ficaram despovoadas e o comércio a longa distância diminuiu. Roma deixava de ser o centro político e econômico do Ocidente. Alguns reinos bárbaros se formaram nesse período.


DIVISÃO DA EUROPA
A partir do século V, a Europa ocidental passou a ser dividida em diversos reinos resultado da invasão de povos sobretudo de origem germânica. Entre as principais caracteristicas desses reinos estava a descentralização do poder. O reino mais duradouro foi dos francos.


O REINO DOS FRANCOS

DINASTIA MEROVÍNGIA
Os Francos, uma das tribos bárbaras germânicas, fixaram-se na região da Gália romana. Seu primeiro rei, Clóvis, da dinastia merovíngia, fortaleceu o reino com conquistas militares e alianças políticas. O rei franco obteve apoio dos bispos católicos devido à sua conversão ao cristianismo.
O batismo do Rei dos Francos, ministrado por São Remígio, constituiu marco decisivo para a conversão ao Cristianismo dos povos bárbaros que invadiram o Império Romano

Os monarcas merovíngios foram perdendo poder para os prefeitos do palácio, espécie de grande administrador do reino. Carlos Martel destacou-se como prefeito e deteve o avanço estrangeiro no Ocidente. Seu filho, pepino, o  breve, sucedeu-o no poder e derrubou os merovíngios. Com isso iniciou-se a dinastia Carolíngia.


DINASTIA CAROLÍNGIA
Carlos Magno, o mais importante rei carolíngio, ampliou as fronteiras do reino ao conquistar e converter ao cristianismo tribos bárbaras germânicas que ameaçavam militarmente o poder da igreja católica. Em agradecimento o papa  Leão III o coroou imperador dos romanos, no ano 800. Com a morte de Carlos Magno, o império carolíngio passou  às mãos de seu filho, Luis I. Com a morte deste, os três netos de Carlos Magno disputaram o poder e dividiram o império, enfraquecendo a autoridade  real e ampliando o poder do nobres.

Carlos Magno

A IGREJA MEDIEVAL
Com o fim do Império Romano do Ocidente, a igreja transformou-se na mais importante instituição, com sede na antiga capital, Roma. 


A SALVAÇÃO DA ALMA
A maior preocupação dos cristãos era assegurar a salvação da alma depois de sua morte, visto que somente os bons alcaçaram o Paraíso. 
Ao longo do tempo, muitos fiés doaram bens e terras para a igreja, que acumulou muitas riquezas. Além disso, os seus seguidores contribuiam com o dízimo.  Os nobres financiavam a construçãoe a decoração de igrejas.
Durante a Idade Média, a Igreja católica exercia grande influência sobre a vida cotidiana de seus fiés. O papa podia julgar e excomungar o cristão que cometesse pecado grave ou heresia.


A VIDA MARCADA PELAS ATIVIDADES RELIGIOSAS
Os sinos das igrejas determinavam o cotidiano e a jornada de trabalho, e os domingos eram reservados ao descanso e a missa.
AS festas religiosas eram o acontecimento social mais importante na vida medieval, contando com a participação de nobres, rei, artesãos e camponeses


MONGES E MOSTEIROS
Além do clero, subordinando diretamente ao papa, surgiram no século III os monges, grupos religiosos que se isolavam em edifícios distantes das cidades, chamados mosteiros, para se dedicar a vida espiritual.

Monge copista

MONGES BENEDITINOS
Em 528, no norte da Itália, o monge Bento fundou um mosteiro e uma nova ordem , eram os beneditinos
Os mosteiros beneditinos se espalharam pela Europa e a atuação dos monges facilitou a expansão do cristianismo entre os povos bárbaros.
Nos mosteiros cada monge era responsável por alguma atividade: Lavar, passar, cozinhar. E aqueles que aprendiam a ler e escrever eram chamados de copistas. Graças a esses monges, a Bíblia e várias obras grego-romanas foram preservadas para a posteridade. 

SUGESTÃO DE FILME:

  • O Nome da Rosa - Retrata a postura da Igreja Católica na Idade Média. A Inquisição; o índex, que censurava a circulação de livros; as condições de vida da população desfavorecida, contrastando com a ostentação e o poder da Igreja.


7º Ano - Aula 2


3º BIM


A ESCRAVIDÃO JÁ EXISTIA NA ÁFRICA ANTES DA CHEGADA DOS EUROPEUS NO SÉCULO XV

Escravos adquiridos por guerras
A escravidão na África remonta à Antiguidade. Os escravos eram geralmente adquiridos durante guerras, pois os derrotados eram escravizados pelos vencedores. As guerras podiam envolver diferentes povos, tribos ou até famílias, dependendo do motivo do conflito.

Escravidão Hereditária
Nos reinos Bantos, a escravidão era hereditária, ou seja, o filho do escravo consequentemente seria escravo. Entretando com o passar das gerações, as obrigações desses escravos hereditários diminuiam consideravelmente

Escravos que acumulavam riquezas
No reino do Mali, o escravo podia acumular riquezas e postos de prestígios com os chefes locais embora não deixasse de ser propriedade de outra pessoa .


CRESCIMENTO DE ESCRAVOS NA ÁFRICA OCIDENTAL SUBAARIANA
No século X ocorreu um crescimento da escravidão. Esse crescimento foi resultado do aumento do comércio na região, provocado pela expansão mulçumana e pelos surgimentos de reinos. Nesse comércio, os africanos eram escravizados e entregues aos povos islamizados em troca de especiarias, tecidos e armas
A escravidão africana se configurou como cruel e desumana, segundo a historiadora Marina de Melo e Souza

“Desde os tempos mais antigos, alguns homens escravizaram outros homens, que não eram vistos como seus semelhantes, mas sim como inimigos e inferiores. A maior fonte de escravos sempre foram as guerras, com os prisioneiros sendo postos a trabalhar ou sendo vendidos pelos vencedores. Mas um homem podia perder seus direitos de membro da sociedade por outros motivos, como a condenação por transgressão e crimes cometidos, impossibilidade de pagar dívidas, ou mesmo de sobreviver independentemente por falta de recursos. [...] A escravidão existiu em muitas sociedades africanas bem antes de os europeus começarem a traficar escravos pelo oceano Atlântico”

(SOUZA, 2006, p. 47 apud MOCELLIN; CARMARGO, 2010, p. 174).


TRÁFICO DE ESCRAVOS NA ÁFRICA
Os africanos também foram agentes do tráfico.

Os africanos não foram apenas envolvidos pelo tráfico de escravos. Eles também se envolveram ativamente no grande comércio transatlântico. Isto é: uns foram vítimas, outros foram agentes do tráfico. Eram os próprios africanos que controlavam as fontes de fornecimento de escravos negros. Agiam como intermediários e traficantes, carreando corpos para as embarcações européias.

RISÉRIO, Antonio. Escravos de escravos. In: Nossa história. Ano 1, nº 4, fev. 2004. p. 64.


OS PORTUGUESES NA ÁFRICA
Quando os portugueses chegaram ao norte da África, no início do século XV, seu principal objetivo era prosseguir a reconquista das terras ocupadas pelos árabes, séculos antes. A primeira região conquistada foi a cidade de Ceuta, 1415.

No entanto o objetivo inicial mudou e, mas décadas seguintes os portugueses empreenderam uma série de viagens marítimas ao longo do litoral da África Ocidental. Agora o motivo era o ouro.


REIS DE PORTUGAL   - ESTADOS AFRICANOS
Os reis de Portugal em contato com os Estados africanos fizeram alianças com os governantes locais, o que permitiu o estabelecimento de negócios lucrativos para ambos.
A ocupação portugesa na África Ocidental limitou-se a algumas feitorias instaladas no litoral – Controle luso sobre o ouro e o marfim


TRÁFICO DE ESCRAVOS
Os portugueses, desde cedo, interessavam-se pelo comércio de escravos que os mulçumanos faziam. O tráfico de seres humanos se mostrava uma atividade lucrativa
O crescimento da produção e do consumo do açucar de cana no Ocidente, em fins do século XVI, criou uma grande demanda de mão de obra nos engenhos das colônias tropicais exploradas pelos europeus. A procura por escravos africanos cresceu, e os portugueses montaram uma estrura de comercialização de seres humanos nunca antes vista.


ESTRUTURA LUCRATIVA
Os portugeses implantaram um sistema de feitorias e bases coloniais, de onde controlava o comércio de pessoas vindas de diversas regiões da África. Depois passou a ser disputada por holandeses, franceses e ingleses a partir do século XVII.



SUGESTÃO DE FILME:

  • AMISTAD - : Baseado em um evento real, relata a história de um grupo de escravos africanos que se rebela e se apodera do controle do navio que os transporta e tenta retornar à sua terra de origem em Serra Leoa. Quando o navio, La Amistad , é aprisionado, esses escravos são levados para os Estados Unidos, onde são acusados de assassinato e são jogados em uma prisão à espera de seu destino.




7º Ano - Aula 1

3º BIM 



AFRICA ANTES DOS EUROPEUS
os povos do continente africano estavam organizados em clãs e reinos. Havia grande diversidade entre eles em aspectos físicos, características culturais, integrantes, etc.
A diversidade desses povos ia desde a formação de tribos caçadoras-coletoras; outras a margem de rios com agricultura (queimada; plantio de arroz e inhame – praticada por escravos e camponeses livres) e organização em reinos Por volta do século IX, os muçulmanos quebraram o isolamento da Europa e Oriente, atravessando o Saara buscando riquezas e conversão ao islamismo.A semelhança com os povos já instalados permitiu o surgimento de uma civilização islâmica, que foi se ampliando com o contato com os povos subsaarianos.


ÁFRICA SUBSAARIANA

A África é provavelmente a região do mundo onde a situação lingüística é a mais diversificada (com 1000 línguas) e a menos conhecida.Sua diversidade ética, cultural, econômica e política nos permite, a fim de estudos dividi-la em regiões. África ocidental: formada pelos povos de origem haussa e ioruba.











ÁFRICA CENTRAL E MERIDIONAL: 
formada basicamente pelos grupos de agricultores e pastores de origem BantoÁfrica etíope: povos de religião cristã, intitulavam-se descendentes do rei Salomão, possuíam um grande comercio com árabes e bizantinos.África da costa oriental: formada por bantos e povos vindos da indonésia, foram profundamente influenciados pelo islamismo, da mistura cultural surgiu uma nova denominada suaíli. Esses povos expandiram seus domínios conquistando inclusive as ilhas como Madagáscar


OS IMPÉRIOS AFRICANOS

 IMPÉRIO DE GANA



O Antigo Império Gana teve seu apogeu entre os anos 700 e 1200 d.C.O antigo nome desse império era Uagadu, que ocupava uma área tão vasta quanto à da moderna Nigéria e, incluía os territórios que hoje constituem o Mali ocidental e o sudeste da Mauritânia.Era rico em ouro e praticavam com os árabe um comercio transaariano, no qual trocavam ouro por artigos de luxo, especiarias e jóias.Declinou devido conflitos internos e invasão de outros povos.




IMPÉRIO DE MALI
Possuía importantes centros urbanos como Tombuctu, que contava com cerca de 100 mil habitantes.Possuía uma economia baseada na produção de tecidos, mineração de ouro e comercial de sal. Possuía um grande centro de estudos onde os sábios reuniam-se para debater o conhecimento e ensinar.Antes mesmo das universidades medievais Mali já possuía um centro acadêmico semelhante ao que o europeu criou décadas depois.


IMPÉRIO DE SONGAI
Também foi um importante centro comercial. Desenvolveram um funcionalismo publico profissional e nomeavam governadores para cada província.Reino do Congo.Foi organizado por povos de origem banta.No final do sec. XV os portugueses aportaram e começaram a construir feitorias, no intuitos de portos comerciais. A utilização das armas de fogo pelos portugueses acabou por facilitar a conquista desses povos.


ESCRAVIDÃO E COMÉRCIO NA ÁFRICA
Desde o século VII a.C os africanos já desenvolvia a metalurgia, o comercio de minérios e metais preciosos era uma constante que cresceu largamente com a invasão dos mulçumanos.As chamadas especiarias como o sal também eram comercializadas facilmente na região.Os africanos já usavam o carro puxado a bois e jumentos o que facilitava o transporte de mercadorias. A introdução do camelo pelos árabes impulsionou mais ainda o comercio.
Muitos séculos antes da chegada dos brancos europeus à África, as tribos, reinos e impérios negros africanos praticavam largamente o escravismo, da mesma forma que os gregos, romanos e demais etnias muçulmanas.Reinos africanos, tinham grandes mercados espalhados pelo interior do continente, abastecidos por guerras entre as tribos, seqüestro aleatório, castigos penais, intrigas políticas ou ainda a venda de si mesmo por não poder se sustentar

 Ao converter meia África, o Islamismo contribuiu muito para estimular ainda mais a escravidão, pois praticou-a desde cedo, já no século VI, mercadores árabes freqüentavam todos os portos da costa oriental da África, trocando cereais, carnes e peixes secos com tribos bantus por escravos. As populações negras não-muçulmanas também consideravam a escravidão um fato absolutamente normal.
 Com as invasões ibéricas a necessidade de mão- de- obra para a produção em larga escala nas colônias implantadas pela expansão comercial aumentou e com ela o comércio de escravos se expandiu de forma exponencial




9º Ano - Aula 2


 3º BIMESTRE - AULA 2 


A BREVE DEMOCRACIA
Após a deposição de Getúlio Vargas, em 1945, o general Eurico Gaspar Dutra foi eleito presidente do Brasil. Era o fim do Estado Novo e o início de um período político estruturado sobre bases democráticas e marcado pela sucessão de presidentes eleitos pelo voto direto.


GOVERNO DUTRA
Eleito graças às bases políticas formadas por Getúlio Vargas, Eurico Dutra foi o primeiro presidente eleito pelo voto direto após o Estado Novo. Empossado em 1946, ele vivenciou as tensões e problemas que marcavam o desenvolvimento da Guerra Fria no cenário político internacional. Internamente, teve como primeira grande ação, a convocação da Assembleia Constituinte que discutiria as leis a serem integradas a uma nova Carta Magna.

Oficializada em 1946, a nova constituição brasileira determinava a autonomia entre os três poderes e a realização de eleições diretas para os cargos executivos e legislativos estaduais, municipais e federais. Militares e analfabetos não poderiam votar, o voto feminino foi mantido e sua idade mínima reduzida para os 18 anos de idade. De fato, somente as mulheres que atuavam no funcionalismo público com cargos remunerados é que deveriam votar obrigatoriamente.

Na economia, observamos que o país reconquistava os níveis de importação na medida em que as grandes nações industrializadas retomavam o antigo ritmo de produção. Sendo um mercado consumidor de grande interesse, o Brasil absorveu uma significativa quantidade de bens de consumo, principalmente dos Estados Unidos. Em pouco tempo, as reservas cambiais do país foram diminuindo, a indústria nacional desacelerou e a dívida externa voltou a crescer.

Não se restringindo ao campo econômico, a aliança do governo Dutra junto ao governo norte-americano também repercutiu em ações políticas de natureza autoritária. Após receber uma significativa quantidade de votos, o Partido Comunista foi posto na ilegalidade e todos os funcionários públicos pertencentes ao mesmo partido foram exonerados de seus cargos. Pouco tempo depois, o governo do Brasil anunciou o rompimento de suas relações diplomáticas com a União Soviética.

Observando o agravamento dos problemas econômicos do país, Dutra adotou medidas que facilitavam a importação de combustível e maquinário industrial para o país. Em maio de 1947, o Plano Salte pretendia reorganizar os gastos públicos com saúde, alimentação, transporte e energia. Por meio dessas ações de controle, o governo Dutra conseguiu atingir uma média anual de crescimento econômico de 6%.

Chegando em 1950, os brasileiros preparavam-se para uma nova eleição para presidente da República. Mais uma vez, assim como em 1945, o cenário político nacional experimentava a carência de líderes políticos nacionais. De tal forma, o PSD ofereceu a candidatura do incógnito mineiro Cristiano Machado e a UDN apostou novamente no brigadeiro Eduardo Gomes. O PTB por sua vez, chegava à frente lançando o nome de Getúlio Vargas, que venceu com 48% dos votos válidos.

ERA VARGAS – GOVERNO DEMOCRÁTICO (1951 – 1954)

O NOVO GOVERNO E AS TENSÕES POLÍTICAS

Em 1951, Getúlio Vargas retornou ao posto de Presidente da República. Para voltar ao poder, o político gaúcho optou por deixar sua imagem política afastada dos palcos do poder. Entre 1945 e 1947, ele assumiu, de forma pouco atuante, o cargo de senador federal. Nas eleições de 1950, ele retornou ao cenário político utilizando de alguns dos velhos bordões e estratagemas que elogiavam o seu antigo governo.

Querendo buscar amplas alianças políticas, Getúlio abraçou setores com diferentes aspirações políticas. Em um período de Guerra Fria, onde a polarização ideológica era pauta do dia, Vargas se aliou tanto aos defensores do nacionalismo quanto do liberalismo. Dessa maneira, ele parecia querer repetir o anterior “Estado de Compromisso” que marcou seus primeiros anos frente à presidência do Brasil.

Por um lado, os liberalistas, representados pelo empresariado nacional, e militares, defendiam a abertura da economia nacional ao capital estrangeiro e adoção de medidas monetaristas que controlariam as atividades econômicas e os índices inflacionários. Por outro, os nacionalistas, que contavam com trabalhadores e representantes de esquerda, eram favoráveis a um projeto de desenvolvimento que contava com a participação maciça do Estado na economia e a rejeição ao capital estrangeiro.

Dada essa explanação, perceberemos que liberalistas e nacionalistas tinham opiniões diferentes sobre o destino do país e, até mesmo, antagonizavam em alguns temas e questões. Dessa forma, Vargas teria a difícil missão de conseguir se equilibrar entre esses dois grupos de orientação política dentro do país. Mais uma vez, sua função mediadora entre diferentes setores político-sociais seria colocada à prova.

AS AÇÕES POLÊMICAS DO GOVERNO

Entre as principais medidas por ele tomadas, podemos destacar a criação de duas grandes estatais do setor energético: a Petrobrás, que viria a controlar toda atividade de prospecção e refino de petróleo no país; e a Eletrobrás, empresa responsável pela geração e distribuição de energia elétrica. Além disso, Vargas convocou João Goulart para assumir o Ministério do Trabalho. Em um período de intensa atividade grevista, João Goulart defendeu um reajuste salarial de 100%.

Todas essas medidas tinham forte tendência nacionalista e foram recebidas com tamanho desagrado pelas elites e setores do oficialato nacional. Entre os principais críticos do governo, estava Carlos Lacerda, membro da UDN, que por meio dos órgãos de imprensa acusava o governo de promover a “esquerdização” do Brasil e praticar corrupção política. Essa rixa entre Vargas e Lacerda, ganhou as páginas dos jornais quando, em agosto de 1954, Carlos Lacerda escapou de um atentado promovido por Gregório Fortunato, guarda pessoal do presidente.

O SUICÍDIO DE VARGAS

A polêmica sob o envolvimento de Vargas no episódio serviu de justificativa para que as forças oposicionistas exigissem a renúncia do presidente. Mediante a pressão política estabelecida contra si, Vargas escolheu outra solução. Na manhã de 24 de agosto de 1954, Vargas atentou contra a própria vida disparando um tiro contra o coração. Na carta-testamento por ele escrita, Getúlio denunciou sua derrota perante “grupos nacionais e internacionais” que desprezavam a sua luta pelo “povo e, principalmente, os humildes”.

Depois dessa atitude trágica, a população entrou em grande comoção. Vargas passou a ser celebrado como um herói nacional que teve sua vida ceifada por forças superiores à sua luta popular. Com isso, todo grupo político, jornal e instituição que se pôs contra Getúlio Vargas, sofreu intenso repúdio das massas. Tal reação veio a impedir a consolidação de um possível golpe de estado. Dessa forma, o vice-presidente Café Filho assumiu a vaga presidencial.

SUGESTÃO DE FILME:

  • GETÚLIO VARGAS - Documentário sobre o político brasileiro Getúlio Vargas. É uma produção da Globo Vídeo.
  • REVOLUÇÃO DE 1930 (1980) - Filme Documentário Histórico de Silvio Back sobre a Revolução de 1930, que marcou o fim da República Velha (1889 – 1930) e o início da Era Vargas (1930 – 1945). O Documentário apresenta e analisa os fatos da ocasião, suas causas, conseqüências e repercussões, com sonoridades de gravações musicais antigas e filmagens históricas. Comentários dos historiadores Boris Fausto, Edgard Carone e Paulo Sérgio Pinheiro.

9º Ano Aula 1


CONTEÚDO DO 3º BIMESTRE
AULA 1



POPULISMO


Qual a sua interpretação sobre a charge?


POPULISMO
Populismo é basicamente um “modo” de exercer o poder. Ou seja, dá-se uma importância ao povo, às classes menos favorecidas, cuida-se delas e, assim, conquista-se sua confiança o que permite que se exerça um autoritarismo consentido, uma dominação que não é percebida por quem é dominado.
Historicamente o populismo está ligado a fenômenos políticos da América Latina e se identifica com a industrialização e urbanização. No caso específico do Brasil este processo se inicia nos anos vinte e trinta o que coloca o populismo em foco exatamente neste período.
Dentre as características do populismo está o fato de que o contato do líder com as massas acontece diretamente. Isto é, o líder não precisa de ninguém que intermedie seu contato com o povo, mas vai, pessoalmente, de encontro a ele, torna-se “amigo pessoal” dos pobres, preocupando-se com sua situação individual. Através dessa proximidade, cria laços que permitirão a ele ser eleito sob os aplausos da grande massa popular que a ele confia, posto que se trata, não de um político qualquer, mas de um amigo. Portanto, o populismo tem como foco as classes média e baixa.
O populismo não é um governo de esquerda apesar de se voltar para as classes média e baixa. Tampouco é um governo de direita. A direita o considera uma forma demagógica de comportamento político. O populismo não dá espaço para a atuação política da classe burguesa uma vez que suas determinações políticas são atribuídas ao líder. O líder populista está acima de todas as classes, é representante único e total dos anseios do povo que o elegeu. Para a esquerda o populismo representa uma venda que é colocada nos olhos das massas distanciando-as da possibilidade de perceber o papel exercido sobre ele pelo Estado.
Populismo no Brasil
No Brasil, Getúlio Vargas é o exemplo maior do populismo. Apesar de toda a repressão exercida por Vargas conseguiu ser democraticamente eleito pelo povo o que mostra sua popularidade diante das grandes massas. Seu “interesse” pelos pobres, o que o levou a ser apelidado de “pai dos pobres”, dá uma dimensão do populismo assumido por Getúlio Vargas. A manipulação das massas é compreensível na medida em que a industrialização fez migrar para as grandes cidades um grande contingente de trabalhadores das zonas rurais como também de outros países. Estas massas vindas de diferentes lugares tinham dificuldades de organizar-se e, assim, preferiam confiar seus anseios àquele que se dizia um amigo, o líder populista.


México
Lázaro Cárdenas

Segundo, porque durante seu mandato presidencial Cárdenas conquistou apoio de diferentes grupos da sociedade mexicana, muitas vezes com interesses divergentes, como as massas camponesa e operária, além de alguns líderes do PNR (Partido Nacional Revolucionário). Este tipo de relação levou a várias caracterizações de sua figura, sendo chamado tanto de revolucionário como de reformista. E, por último, porque sua história ajuda a compreender o processo da revolução mexicana.
Intervenção estatal
Durante o espaço de tempo de 1928 a 1933, Cárdenas orienta as ações políticas que efetivará na presidência. Durante esses anos já se configura a defesa da intervenção estatal na economia e na política, além de "concessões" às massas camponesas e operárias, para conter o avanço de suas reivindicações.
Cárdenas fazia parte do que se denomina ala esquerda do PNR, grupo representado também pelos generais Obregón e Francisco Múgica, mais comprometidos com as reivindicações dos operários e camponeses que o restante do partido.
No governo de Obregón (1920-1924) houve crescimento do movimento operário e as leis trabalhistas foram mais respeitadas. Entretanto, o movimento operário já se encontrará atrelado ao Estado no governo de seu sucessor, Calles (1924-1928). Este general se manterá no poder no México durante o período de 1928 a 1935 (período denominado maximato), no cargo de chefe máximo da revolução. Isso lhe possibilitará nomear e destituir todos os presidentes mexicanos até a chegada de Cárdenas à presidência do país.

Reforma agrária
Durante a presidência de Cárdenas realizou-se uma grande transformação na estrutura fundiária mexicana. É importante salientar que a divisão de terras no México já estava em andamento nos governos anteriores ao de Cárdenas, mas sua firme atuação em relação à reforma agrária não tinha precedentes na história do país. Ele efetua tal transformação devido à pressão política das massas camponesas, já que a estabilidade política do país dependia desse posicionamento.
Uma das ações mais conhecidas de seu governo foi a nacionalização da exploração do petróleo mexicano. Cárdenas "aproveitou" o choque entre as companhias de petróleo, em sua maioria inglesas e americanas, e o movimento operário, que reivindicava melhores condições de trabalho e aumento salarial, para nacionalizar a exploração do subsolo mexicano.
Para justificar tal atitude Lázaro Cárdenas utiliza um artigo (número 17) da constituição revolucionária de 1917, que permitia acabar com o que era considerado privilégio das companhias petrolíferas. Na realidade a alta lucratividade das empresas e os baixos salários dos trabalhadores justificavam tal atitude, que se tornou também símbolo da luta pela soberania mexicana e de patriotismo.
Dessa maneira pode-se concluir que o governo de Lázaro Cárdenas teve de reconhecer os movimentos sociais (camponeses e operários) como interlocutores políticos. Atender as suas antigas reivindicações, que levaram a significativas reformas sociais, era uma questão latente e ao mesmo tempo uma estratégia para manter as tensões desses grupos sob controle.


O populismo peronista

Em 1943 caiu o último presidente sustentado pela Concordância, Ramón Castilho, que em 1940 – com o apoio do Exército – havia afastado Roberto Ortiz, um presidente legalmente eleito em 1937, deposto pelo Grupo de Oficiales Unidos (GOU). Desse grupo fazia parte o coronel Juan Domingo Perón, que no governo militar que se instalou ocupava o cargo de Secretário do Trabalho e Presidência, além de acumular a Vice-Presidência e o Ministério da Guerra.
Como Secretário do Trabalho, Perón tornou-se a verdadeira eminência parda do regime. Voltando-se para o operariado urbano, criou a Confederação Geral do Trabalho (CGT), abertamente controlada pela sua Secretaria. As lideranças sindicais foram atraídas, inclusive pela corrupção, além da grande massa de trabalhadores não sindicalizados. Sob a tutela do Estado a classe operária se organizava longe da influência de socialistas e comunistas, ou de lideranças estranhas à CGT, duramente reprimidas diante de qualquer reação à política de Perón.
Criando novos sindicatos, oferecendo melhores condições de trabalho e salários mais altos – estes eram possíveis pelo aumento das exportações argentinas –, como  parte de uma avançada legislação trabalhista e previdenciária, na qual se incluía a arbitragem estatal favorável ao operariado, Perón tornou-se a figura mais importante da República Argentina. Para isso contribuiu a ação de Eva Duarte (Evita) – futura esposa de Perón –, uma ex-artista de rádio, que se notabilizaria como a “mãe dos descamisados”. As classes patronais também receberam alguns benefícios. O maior deles, segundo Perón, é “a paz social”. Rebatendo as críticas das classes dominantes, que o viam como um demagogo, Perón afirmava que “as massas populares que não foram organizadas apresentam um panorama perigoso, porque a massa mais perigosa, sem dúvida, é a não organizada.

SUGESTÃO DE FILMES:
  • O HOMEM DA CAPA PRETA (1986) -  A vida do deputado Tenório Cavalcanti e seu folclore político (costuma aparecer em público portando uma metralhadora). Reconstituição de uma época do populismo brasileiro, interrompido com a ditadura militar instalada em 1964. Cinebiografia do polêmico e reacionário político da Baixada Fluminense dos anos 50 e 60, Tenório Cavalcanti, ex-deputado federal que com sua metralhadora, apelidada de Lourdinha, desafiava a corrupção e os poderosos que dominavam o município fluminense de Duque de Caxias. O filme traça o panorama político do Rio de Janeiro dos anos 40 a 60.
  • OS ANOS JK – UMA TRAJETÓRIA POLÍTICA (1980) Direção: Silvio Tendler - É um documentário que analisa o quadro político brasileiro desde 1945 até o final dos anos 70, tendo como eixo o presidente Juscelino Kubitschek. Grande sucesso de público, Os anos JK — uma trajetória política alcançou a impressionante marca de 800 mil espectadores e se tornou um dos documentários brasileiros de maior público de todos os tempos
  • EVITA (1996) - A biografia em forma de musical de Evita Duarte, ou Eva Perón, uma atriz argentina que torna-se esposa do presidente ditador Juan Perón. Evita acabaria tornando-se uma das mulheres mais controversas da Argentina, amada por uns e odiada por outros.

8º Ano - 2 Aula


CONTEÚDO DO 3º BIMESTRE

AULA 2


REVOLUÇÃO INDUSTRIAL:

Começa na Inglaterra, em meados do século XVIII. Caracteriza-se pela passagem da manufatura à indústria mecânica. A introdução de máquinas fabris multiplica o rendimento do trabalho e aumenta a produção global. A Inglaterra adianta sua industrialização em 50 anos em relação ao continente europeu e sai na frente na expansão colonial.
A Inglaterra foi o 1º país a se industrializar, porque possuía grandes reservas de carvão mineral  que era a principal fonte de energia  para movimentar as máquinas e as locomotivas à vapor. Possuía reservas de minério de ferro , a principal matéria-prima do período. Possuía mão-de-obra em abundância (desde a Lei dos Cercamentos de Terras ). A burguesia inglesa tinha capital suficiente para financiar as fábricas, comprar matéria-prima e máquinas e contratar empregados. O mercado consumidor inglês também contribuiu para o pioneirismo inglês.



AS PRINCIPAIS ETAPAS DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
A expansão do comércio externo - e seus lucros fabulosos
Em 1733, um tecelão, John Kay, inventa uma lançadeira volante, pequeno aperfeiçoamento do tear manual. Cria-se, assim, um desequilíbrio tecnológico, pois as rocas de fiar passam a não ter capacidade de produção suficiente para suprir com fios os teares mais rápidos.

Inventam-se novas máquinas de fiar. Era movida não mais manualmente, mas por força hidráulica.
Em 1793, inventa o cotton gin, que descaroçava algodão três vezes mais rapidamente que um trabalhador.
As plantações de algodão são expandidas.
Surgem as grandes manufaturas, mecanizadas. O ritmo do trabalho se acelera.
Crescente tensão social, fruto da urbanização desordenada, dos baixos salários e do aumento do número de desempregados.
O Estado regulamenta as horas de trabalho e amplia as formas de prestar assistência aos trabalhadores.
 Adapta-se a máquina a vapor às carruagens. Surgem as primeiras locomotivas, ainda rudimentares.
 Em 1808, o primeiro navio a vapor, de madeira, cruza o Atlântico. Em 1837, vapores já iam regularmente à Índia. Em 1838 foi construído o primeiro navio de ferro, o Great Britain.
Aumenta a produção siderúrgica e metalúrgica na Inglaterra.
A Inglaterra se transforma na oficina mecânica do mundo


A VIDA NAS CIDADES DO SÉC XIX
Um rápido crescimento de Lisboa e do Porto tinha criado aglomeração, fome e terríveis condições de vida para o povo das cidades, por vezes acabado de chegar da província. Entre 1890 e 1911, a população de Lisboa e do Porto aumentou cerca de 50 %. (…)
Subiu o custo da comida e do alojamento, surgiram doenças, tais como (…) gastroenterite e tuberculose. Os salários dos operários não acompanhavam o aumento do custo de vida e o dia de trabalho era muitas vezes de 12 a 14 horas. (…) Os camponeses trabalhavam de sol a sol, com salários de fome (…)



NA INDÚSTRIA

No século XIX a indústria passou a utilizar máquinas. Mas a grande “revolução” na indústria deu-se com a máquina a vapor. A introdução das máquinas na indústria permitiu:

  •  produzir em maior quantidade
  •  produzir mais rapidamente
  •  produzir em série
  •  utilizar a divisão de tarefas
  •  tornar os produtos mais baratos.



REAÇÃO DOS TRABALHADORES
Os trabalhadores se organizaram para lutar por melhores condições de trabalho. Os empregados das fábricas formaram as trade unions (sindicatos ) com o objetivo de melhorar as condições de trabalho. Houve movimentos violentos como o ludismo ("quebradores de máquinas") que era contrário à mecanização do trabalho, os ludistas invadiam fábricas e destruíam os equipamentos para protestar contra as condições de trabalho




PARÓDIA DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
Música: Luar do Sertão

PARTE I
Artesanato foi embora.
E hoje é só a indústria que vigora.
Eu sei que o povo que trabalha sempre chora de ter tanta exploração e sofrimento.

PARTE II
A Inglaterra foi o berço da indústria
Por que lá a burguesia começou a acumular.
O proletário já nasceu sofrendo muito.
Trabalhar de sol a sol, só para poder se alimentar.

REPETE PARTE I

BIS
Não sou, ô gente, oh não.
Dono dos meios de produção.

PARTE II
A Inglaterra foi o berço da indústria
Por que lá a burguesia começou a acumular.
O proletário já nasceu sofrendo muito.
Trabalhar de sol a sol, só para poder se alimentar.

PARTE I
Artesanato foi embora.
E hoje é só a indústria que vigora.
Eu sei que o povo que trabalha sempre chora de ter tanta exploração e sofrimento.


SUGESTÃO DE FILMES:

  • TEMPOS MODERNOS - Um operário de uma linha de montagem, que testou uma "máquina revolucionária" para evitar a hora do almoço, é levado à loucura pela "monotonia frenética" do seu trabalho. Após um longo período em um sanatório ele fica curado de sua crise nervosa, mas desempregado. Ele deixa o hospital para começar sua nova vida, mas encontra uma crise generalizada e equivocadamente é preso como um agitador comunista, que liderava uma marcha de operários em protesto. Mesmo sendo bastante cômicas as situações encenadas em “Tempos Modernos”, podemos ver que o riso provocado no filme está atrelado a uma forte e consciente mensagem que desafiou a lógica do trabalho industrial.
  • GERMINAL - O filme retrata o processo de gestação e maturação de movimentos grevistas e de uma atitude mais ofensiva por parte dos trabalhadores das minas de carvão do século 19 na França em relação à exploração de seus patrões. Baseado na obra de Emile Zola, o filme é um das mais belas adaptações literárias da história do cinema.


8º Ano - 1 Aula




CONTEÚDO DO 3º BIMESTRE
AULA 1

O QUE É NACIONALISMO?
Ideologia segundo a qual o indivíduo deve lealdade e devoção ao Estado Nacional, compreendido como um conjunto de pessoas unidas num mesmo território por tradições, língua, cultura, religião ou interesses comuns, que constitui uma individualidade política com direito de se auto-determinar.

PRIMAVERA DOS POVOS
Com o fim da era napoleônica, as monarquias européias se reuniram com o objetivo de conter as propostas de transformação disseminadas pela Revolução Francesa. Tal encontro aconteceu no chamado Congresso de Viena, momento em que parte dos monarcas que ali se encontravam decidiu formar a chamada Santa Aliança. Nesse acordo, diversos monarcas se comprometiam a auxiliar militarmente toda monarquia que tivesse sua autoridade ameaçada.
Contudo, esse projeto que deveria preservar o Antigo Regime não foi capaz de conter a marcha das novas revoluções que tomariam conta da Europa. No ano de 1848, as várias novas correntes políticas que surgiam em todo o Velho Mundo se mostraram decididas a dar fim ao regime monárquico. Em linhas gerias, o contexto político europeu se via tomado não só pelas propostas liberais oriundas da experiência francesa, mas também contou com a ascensão das tendências nacionalistas e socialistas.






REVOLUÇÃO NA FRANÇA: 1839 E 1848
Depois da queda de Napoleão, a dinastia dos Bourbon foi restaurada na França. O rei Luís XVIII estava à frente de uma monarquia parlamentar. O poder legislativo era composto por duas câmaras, mas somente pouco mais de 200 mil pessoas tinham o direito de escolher os deputados.
Com a morte de Luís XVIII, em 1824, subiu ao trono o conde de Artois, com o título de Carlos X. Apoiado por setores ultraconservadores, passou a restaurar os antigos privilégios da aristocracia
O governo de Luís Filipe se caracterizou pela restrição ao direito de voto, o que garantiu a manutenção do poder da aristocracia financeira, isto é, os banqueiros, os grandes proprietários de ferrovias e minas, os reis da bolsa de valores e a parte mais rica dos grandes proprietários de terra.
Os demais setores da burguesia, juntamente com a pequena burguesia, os camponeses e os trabalhadores urbanos opunham-se ao chamado governo dos banqueiros. Nessa época, havia um constante déficit nas contas do governo, que recorria a empréstimos junto aos banqueiros. Os altos juros de tais empréstimos eram pagos com impostos arrecadados da população.


A REVOLUÇÃO DE 1848 E A SEGUNDA REPÚBLICA FRANCESA
O governo de Luís Filipe atendia os interesses de uma pequena parcela da população. Os avanços na indústria eram pequenos, prejudicando a economia como um todo. A situação piorou quando, em 1845 e 1846, uma praga desconhecida atacou as plantações de batata, que era o principal alimento popular. A fome rondava os lares da França. Alto custo de vida: aumento do preço da batata, estagnação das indústrias e do comércio.
Esse quadro geral de crise originou uma campanha contra a política do governo. A proibição de manifestações políticas levou a oposição a organizar reuniões na forma de banquetes para enganar as autoridades. Nessas reuniões políticas era discutida a crise e se propunham formas de ação.uando, em 25 de julho de 1830, Carlos X suprimiu a Constituição, a população de Paris se rebelou, e o monarca foi obrigado a se refugiar na Inglaterra. Diante da possibilidade de se instaurar uma república, a burguesia francesa conservadora preferiu uma monarquia parlamentar. Daí a escolha para rei da França do duque de Orleans, Luís Filipe, apoiado pelos grandes banqueiros.
Manifestações populares realizadas no dia 22 de fevereiro de 1848 contrariaram as medidas repressivas do governo. A Guarda Nacional convocada para reprimir as manifestações aderiu à população. Depois de dois dias de lutas pelas ruas de Paris, Luís Filipe fugiu, em 24 de fevereiro de 1848.
Foi formado um governo provisório que, sob pressão dos grupos republicanos apoiados pela pequena burguesia e pelos trabalhadores em geral, proclamou a República, em 25 de fevereiro.
Do governo provisório participavam todas as frações da sociedade: de monarquistas que se opunham à dinastia de Orleans ao proletariado, passando por todas as camadas da burguesia.
Entretanto, as eleições para a Assembléia Constituinte, de abril de 1848, deram vitória aos deputados moderados do Partido Republicano, apoiados pela pequena burguesia e pelos camponeses proprietários das províncias. Dessa forma, com uma Assembléia Constituinte de maioria republicana e contrária às propostas  revolucionárias dos candidatos operários, terminou a primeira fase da revolução de 1848, quando, por curto espaço de tempo, os interesses operários estiveram representados no governo francês.
O controle da Assembléia Constituinte permitiu à burguesia pôr fim às pequenas conquistas do proletariado, aumentando o desemprego em Paris. Para impedir as manifestações dos trabalhadores foi formada a chamada Guarda Móvel, constituída por representantes da pequena burguesia, dos camponeses e de desocupados.
Nas eleições realizadas em 10 de dezembro de 1848, foi eleito para presidente da República Luís Napoleão Bonaparte, sobrinho do antigo imperador dos franceses, Napoleão Bonaparte.


O SEGUNDO IMPÉRIO FRANCÊS
Luís Bonaparte, como presidente, estava em constante atrito com o Parlamento. No dia 9 de dezembro de 1851, apoiado pelos proprietários rurais, por setores marginais da pequena burguesia, organizados numa sociedade chamada Dez de Dezembro, e pelo exército, Luís Bonaparte dissolveu a Assembléia e se proclamou presidente por dez anos. No ano seguinte, proclamou-se imperador.
Napoleão III, como passou a ser conhecido, era apoiado pelos pequenos camponeses, que tinham na lembrança a figura de Napoleão I, o grande benfeitor do campesinato.


EUROPA NO SÉCULO XIX: UNIFICAÇÃO DA ITÁLIA E DA ALEMANHA
Até a segunda metade do século XIX, a península Itálica e o território da atual Alemanha estiveram divididos em vários Estados independes. Nessas regiões, então, iniciou-se um processo de centralização política. Ao final de algumas décadas, estariam formadas a Itália e a Alemanha. A unificação ocorreu, nesses dois paises, de forma conflituosa e alterou profundamente o cenário político econômico europeu.


UNIFICAÇÃO ITALIANA:
Período: 1815-1890 ( datas aproximadas)
Principais Acontecimentos:
a) O reino de Piemonte-Sardenha que possuía um governo autônomo e com um monarca liberal, Carlos Alberto, empreende a primeira tentativa de unificação da península ao declarar guerra contra a Áustria.
b) As rebeliões, que se espalharam por toda península, foram duramente reprimida pelas tropas austríacas, e Carlos Alberto deixa o governo para seu filho Vítor Emanuel II
c) O reino sardo-piemontês era o único reino da região que possuía características liberais e portanto com uma significativa classe burguesa, que liderada pelo conde de Cavour, continuavam a buscar a unificação italiana
d) 1859 – Cavour consegue o apoio francês e inicia uma guerra contra o governo austríaco e sua dominação na região
e) Após dois meses de luta, foi assinado um armistício e algumas regiões foram anexadas pelo governo de Piemonte: Lombardia, Toscana, Parma e Módena
f) No sul da península Cavour aliou-se à Garibaldi
g) Garibaldi tinha participado das revoluções de 1830 e 1848, e em 1860 formou um exército de mil voluntários, conhecido como camisas verdes, ocupando o reino das Duas Sicílias
h) 1861- Vítor Emanuel II foi nomeado rei da Itália, demonstrando a unificação do território italiano. Restava apenas Veneza, anexada em 1866 e Roma, 1870
i) Questão Romana: a Igreja Católica não aceitava a perda dos seus territórios, não reconhecendo a unificação do estado italiano. A questão foi resolvida em 1929, com o Tratado de Latrão e criação do pequeno Estado do Vaticano.




UNIFICAÇÃO DA ALEMANHA
Principais Acontecimentos:
a) 1834: criação do Zollverein, ou União Aduaneira que tinha como objetivo eliminar os impostos alfandegários entre os diferentes Estados da Confederação Germânica. A União Aduaneira era lidera pela Prússia que já despontava como região industrializada
b) A Áustria, estado agrário, era um dos poucos Estados alemães que não fazia parte da União Aduaneira, e se ressentia com a posição de líder da Prússia
c) 1862- Guilherme I, rei da Prússia nomeou como seu primeiro ministro Otto Von Bismark e passa a liderar a unificação alemã
d) Medidas de Bismark: desenvolvimento industrial, ampliação da malha ferroviária, modernização do exército, fortalecimento da aliança entre burguesia e nobreza
e) Com seu poderoso exército Bismark conduziu guerras contra a Dinamarca (1864), Áustria (1866) e França (1870)
f) 1871- Guilherme I foi proclamado, em Versalhes, imperador da Alemanha
g) Após a unificação a Alemanha passou por um extraordinário desenvolvimento industrial se transformando em uma das maiores potencias econômicas mundiais





NÃO SE ESQUEÇAM: A unificação tardia da Alemanha e da Itália e o seu consequente desenvolvimento industrial também tardio gerou conflitos por mercados consumidores com potencias já consolidadas como Inglaterra e França.


SUGESTÃO DE FILMES:

  • O LEOPARDO - Sicília, durante o período do "Risorgimento", o conturbado processo de unificação italiana. O príncipe Don Fabrizio Salina (Burt Lancaster) testemunha a decadência da nobreza e a ascensão da burguesia, lutando para manter seus valores em meio a fortes contradições políticas.
  • Sedução da Carne: Decadência, História, Realismo e Melodrama em Visconti -  Combina um romance épico-histórico do século XIX com a opulência formal presente na estrutura dramática da ópera romântica, marcando o início de uma tendência dominante no conjunto de filmes do diretor daí em diante — a alternância entre temas contemporâneos e temas de época. Mas, apesar da “ruptura” estética, em quaisquer das opções — como em O leopardo ou, mais tarde, em Os deuses malditos — a preocupação política enquanto traço comum que une quase todos os seus filmes permanece ainda ligada ao neo-realismo. Ao tratar do período do Risorgimento (a unificação de toda a península italiana), em Senso Visconti comenta indiretamente o período contemporâneo, a Itália dos anos 50, como é de praxe nas complexas relações entre a História e o cinema. Alguns paralelos podem ser tirados entre o pós-guerra e o Risorgimento: a liberação da dominação estrangeira (Áustria/Alemanha), a presença e o envolvimento de partidos e líderes radicais (Garibaldi no passado e o fato contemporâneo de ¾ das prefeituras italianas no pós-guerra serem ocupadas por partidos de esquerda) e, principalmente, a constatação de que os dois períodos são imediatamente sucedidos por uma aliança com o inimigo, quando uma elite acaba substituindo a outra, no que historicamente ficou conhecido como Transformismo. Mais aparente em O leopardo do que em Senso, tal material explicitamente político não parece constituir o óbvio conteúdo central deste último — um caso extremo de paixão entre dois personagens. A natureza e o sentido desse caso amoroso devem ser entendidos, entretanto, como portadores de significados políticos. Mais ou menos como no caso mais recente (e polêmico) de paixão no cinema contemporâneo, o amor entre os dois cowboys de Brokeback Mountain nestes anos pesados da era Bush. Lógico que Visconti teve problemas com a censura italiana, que efetuou diversos cortes no filme.
  • DANTON - Na primavera de 1794, Danton (Gérard Depardieu) retorna a Paris e constata que o Comitê de Segurança, sob a incitação de Robespierre (Wojciech Pszoniak), inicia várias execuções em massa. O povo, que já passava fome, agora vive um medo constante, pois qualquer coisa que desagrade o poder é considerado um ato contra-revolucionário. Nem mesmo Danton, um dos líderes da Revolução Francesa, deixa de ser acusado. Os mesmos revolucionários que promulgaram a Declaração de Direitos do Homem implantaram agora um regime onde o terror impera. Confiando no apoio popular, Danton entra em choque com Robespierre, seu antigo aliado, que detém o poder. O resultado deste confronto é que Danton acaba sendo levado a julgamento, onde a liberdade, a igualdade e a fraternidade foram facilmente esquecidas.